Wednesday, July 27, 2011

Tres Árvores

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     Um aspeto que gosto mais de Salvador é as árvores enormes.  Salvador tem árvores tipo Iroko, cujo nome cientifico é ficus religiosa.  Iroko é um árvore africana e um dos quatro árvores sagradas de Candomblé.  Foi a primeira árvore plantada na terra por a orixá Iroko.  Todas orixás vem desta árvore.  O árvore Iroko conecta os ancestrais, quem moram debaixo do onilé.  O tronco é tão groso que é possível acreditar em isso.  Mais, o tronco realmente é muitos troncos juntados.  Essa árvore também pode andar; suas ramas penduram até tocam a terra.  Se a terra seja fértil e molhada, as ramas crescam raízes e formam mais troncos.  A maioria dos troncos crescem onde a terra é mais fértil, portanto o Iroko parece mudar.  Um Iroko fica em frente do meu prédio, e também em frente da casa Rodin na Graça. 

Iroko tree:
Todos os dias quando ando pela corridor de Vitoria admiro uma árvore tão enorme que bloquea a calçada.  Acho que é tipo "Tamburi," que vem também da Africa. 

Tamburi
 


A última árvore fica no Campo Grande.  Não conheço o tipo desta árvore.  É tão enorme que se possa ficar dentro dos lados do tronco, é as ramas dela estendem em cima a rua.




Pela toda a cidade, árvores crescem nos lados das ruas.  As calçadas são destruídos pelas raízes.  Parece como o bosque está comendo todo.  Gosto deste sentido porque sei que eu ficaria maluca sem estas árvores.  Venho de uma cidade bem pequena, e estou acostumada ao espaço natural.  Conhecer algumas árvores nesta cidade me conecta com uma realidade de Salvador.  Estas árvores são incrivelmente velhas, mais velhas ainda que a cidade.  A cidade é construída ao redor estas árvores.  Acho que Salvador tenha mais que 500 anos. 
     Enquanto penso em coisas tão abstractas esqueci o cotidiano.  Mas também tenho algumas poucas observações sobre o cotidiano no Salvador.  Tudo amanha, a mesa é arrumada, o café preparado, os pratos lavados.  Embora a empregada doméstica na minha casa não parece como parte da minha família hospedeira, durante meu tempo aqui tenho conhecido com ela como minha família.  Depois de que aprendi um pouco sobre a vida da empregada, comecei pensar nas várias causas do lugar da empregada doméstica na sociedade do Brasil.  Claro que a disparidade da riqueza existe também nos Estados Unidos, mas é incomum ter empregada doméstica na mesma forma como aqui, nas famílias da classe media. 
     O trabalho da empregada é impossível definir; toda família tiver expectativas diferentes.  Este tipo de trabalho é normal na sociedade Brasileira, e nunca foi rechaçado até Crueza. Na minha família a empregada não é considerada como uma parte da família, mesmo que mora na casa.  Foi introduzida a ela como "a mulher quem mora aqui para ajudar."  Ela não come com a família, come depois.  A filha dela tem 11 anos, e mora no interior onde atende escola.  Acho que a empregada visita sua filha cada 2-3 meses.  
     Estou desconfortável com o conceito que outra pessoa faz tudo para mim; é esperado que eu permite a outra pessoa fazer tudo trabalho que tinha feito desde escola primaria.  Mas, é importante que respeito as regras da família hospedeira.  Se falasse para a empregada sobre minha opinião, apareceria muito rude.  Faz 10 anos que a empregada trabalhava com a família, e ela tem 30 anos.  
     Quais são as circunstâncias que causam tantas pessoas escolher o trabalho da empregada?  Crueza fala sobre o tratamento ruim das empregadas, sobre uma vida de escravidão.  Elas não tem direitos de trabalhar ou sindicatos.  É interessante que o estereótipo da empregada na sociedade Brasileira seja um mulher negra e gordinha.  É possível que Brasil ainda tenha escravos?
     A disparidade da riqueza é um tema que tem aparecido muitas vezes em nossos leituras e também nas minhas observações pessoais. A leitura recente de Mariely Santana foi muito interessante; na arquitectura Brasileira nova e velha, e possível observar os resultados desta disparidade de riqueza durante vários épocas.  Todas igrejas mostram as influências do movimento barroco que vem da Europa no siglo XVII.  Por causa deste movimento, as igrejas e predios governamentais no Brasil construídos nesta época são extravagantes e encantadores.  Aparecem como vem directamente de um livro de fantasia.  Os interiores destas igrejas, como a igreja de São Francisco no Pelourinho, são cobertos completamente com ouro.  São decorados também com janelas de vidrio de cor, com estatuas, murales pintadas nos tectos e azulejos.  As igrejas nesta época eram também hospitais, orfanatos, e o centro da vida para católicas.  Por causa da União entre o estado e a igreja, tantas igrejas barrocos eram construídos para atrair católicos (usualmente pessoas de poder) a morar em Salvador.  As igrejas barrocas também funcionaram para educar os transformados.  Agora são exemplos da imensa riqueza que possuía pouca gente que vieram da Europa para aproveitar os recursos naturais do Brasil.  A maioridade das igrejas, prédios governamentais e castelãs, como a casa de Garcia d'Avila, foram construídos pelos escravos Africanos.  Para praticar Candomblé, os escravos tiveram terreiros escondidos por que era proibida praticar outra religião nesta época. 
     Para construir as igrejas tão elaboradas, existia uma sistema social de donos e mercantis quem eram dependentes nos escravos da Africa.  No dia moderna, é possível observar no Salvador prédios de apartamentos altos e novos ao lado das favelas muito pobres.  A evidencia da riqueza imensa histórica mostrada pelas igrejas barrocas é mostrada no dia moderno nos prédios "arranha-céus," ou nos prédios como o Instituto de Cacau.  Conclui que esta aparente disparidade de riqueza tem existido no Brasil desde a colonização.
      Por causa da falta da educação pública no Brasil, muitas pessoas não tem a educação requerida para consegir bom trabalho.  Mas, de verdade não posso falar nada sobre os problemas na sociedade Brasileira.  A gente dos subúrbios que conheço tem muito orgulho do seu bairro, e tem muito preconceito contra as pessoas de "fora."  Para mim, o trabalho da empregada doméstica seria horrível.  Mas, é uma boa opção para trabalhar pras mulheres quem não tem educação.  Fico mais consciente do meu próprio lugar de privilegio tudo dia que moro no Salvador.  Nunca puder entender como é crescer na pobreza, não entendo por que existe tanto sofrimento sem sentido.  Por outro lado, é possível que muitas das pessoas quem eu achasse sofrendo não sofrem de verdade porque nunca conheceram outro modo de viver?  É melhor não pensar nas famílias quem vejo dormindo nas ruas, por que é normal, aqui?

     An aspect I like most about Salvador is the enormous trees.  In Salvador, there are a type of trees called "Iroko," or more scientifically "ficus religious."  The Iroko tree comes originally from Africa and is one of the four sacred trees in the Candomblé religion.  According to Candomblé, it was the first tree planted in the earth, by the first orixá Iroko.  All other orixás come from this tree.  The Iroko connects the ancestors, who live underground in the earth, or onilé, with the heavens.  The trunk is so large that it is possible for a nonbeliever like me to believe this.  Actually, the trunk is really many trunks all together.  The Iroko can also "walk'" its branches hang down until the touch the earth.  If the earth is fertile and wet, the branches grow roots and form more tronks.  The majority of the trunks will grow where the earth is most fertile, so the Iroko migrates and appears to walk.  There is an Iroko in front of the building I live in, and also in front of the Rodin house in the Graça neighborhood.
     Everyday I when I walk through the corridor Vitoria I admire a tree that is so huge that it completely blocks the sidewalk.  I think it is a Tamburi tree, which also comes originally from Africa.  The last tree is in Campo Grande.  I don't know what kind of tree it is, but it is so gigantic that I can stand in between the roots, enveloped in the trunk.  The branches extend over the entire street.  Throughout the city there are giant trees growing on the sides of the streets.  The sidewalks are destroyed by their roots.  It seems like the jungles is eating everything.  I like this feeling because I know that I would become crazy without these trees.  I come from a tiny city and I am used to natural space.  To become familiar with some trees in the city connects me with reality in Salvador.  These trees are incredibly old, older than the city.  The city was literally constructed around these trees.  I think that Salvador has existed for over 500 years.
     While I think of things so abstract I forget the everyday.  But I also have a few observations about the everyday in Salvador.  Every morning when I come to breakfast the table is made, the breakfast prepared, the plates washed.  Although the maid who does this work does not appear to be a part of my host family, during my time here I have come to know her closely.  After learning a little about the life of a maid, I began to think in the various causes of the position of the empregada domestic in Brasilian society. The disparity of wealth exists that exists in Brasil also exists in the US, but it is uncommon in the US to have an empregada in the same sense as they exist in Brasil.
     The work of an empregada is impossible to define; every family has different expectations.  This type of work is normal in Brasilian society, and was never questioned or rejected until Crueza Maria Oliveira.  In my family the empregada is not a part of the family, even though she lives here.  I was introduced to her as "the woman who lives here to help out."  She doesn't eat with us, she eats after.  Her daughter is 11 and lives in the interior where she attends school.  I think she visits her daughter once every 2-3 months.
     I am uncomfortable with the concept that another person does everything for me; it is expected that I permit another person to do the personal chores I have been doing for myself since grade school.  But, it is importante to respect the rules of my host family.  If I said anything to the empregada about my opinion, I would appear really rude.  She has worked for this family for ten years, and she is 35 now.
     What are the circumstances that cause so many women to choose the work of empregada?  Crueza Maria Oliveira speaks of the awful treatment of empregadas, and of a live of slavery.  Empregadas do not have workers rights or unions to organize equal pay.  It is interesting that the stereotype of an empregada in Brasilian society is a heavy black woman.  Is it possible that in Brasil there still exists a form of slavery?
     The disparity of wealth is a theme that has appeared many times in lectures and in my personal observations.  The recent lecture with Mariely Santana was very interesting; in new and historic Brasilian arquitecture it is possible to observe the results of this disparity of wealth during various periods of time.  All churches show the influence of the Baroque movement in Europe at the time they were constructed in the 17th century.  Because of this movement, the churches and government buildings in Brasil constructed in this time period are all extremely extravagant and enchanting.  They seem to come straight from a storybook.  The interiors of these churches, like the church of São Francisco in the Pelourinho are completely covered with gold.  The are also decorated with stained glass, statues, murals painted on the ceilings, and blue and white tiles called azulejos.  Churches in the 17th century were also used as hospitals, orphanages, as the center of life for Catholics.  Because of the union of church and state, these extravagant Barroque churches were constructed so richly as to attract more converts as well as people of power.  They are examples of the immense wealth possessed by few Europeans in the 17th century that came to Brasil to make money from the rich natural resources found in Brasil.  The majority of churches, government buildings, and castles like the house of Garcia d'Avila were constructed by African slaves.  For the slaves to practice their religion, Candomblé, the slaves had terriers (houses) hidden because it was prohibited to practice their religion.  To construct these elaborate churches there existed a social system of rich merchants that were dependent on African slaves.  In the modern day, it is possible to observe in Salvador apartment buildings tall and new immediately adjacent to poverty stricken favelas.  The evidence of the immense amount of wealth shown historically in Baroque churches is comparable to the amount of wealth shown in buildings like the Instituto de Cacau or in skyscrapers.  I have concluded that this apparent disparity of wealth has always existed in Brasil, not only because of modern day political corruption.
    Because of the lack of a good public education system in Brasil, many do not have the education required to get a good job.  But I to be honest I can't really say I know anything about problems in Brasilian society.  The people from the favelas I have met have a lot of pride in their neighborhood, and a lot of prejudice against outsiders.  For me, the position of empregada would be horrible.  But, it is a good option for women without education.  I become more conscious of my own privileged place in the world everyday that I live in Salvador.  I will never understand what it is like to grow up in poverty, and I don't know why so much meaningless suffering exists.  On the other hand, is it possible that the people I think are suffering are actually not suffering at all because they have never known another world outside of their own?  Is it better to not say anything about it and to not think about the families I see sleeping in the streets because it is normal, here?

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