Sunday, January 22, 2012

Back in Eugene

O Parque Nacional, Chapada Diamantina
Antes de todo, qual parte da ecosistema eram humanos? Nunca mais humanos podem sobreviver num ambiente silvestre.

Lugares como Chapada Diamantina ainda são um secreto, uma delicia para nos desfrutar. Mesmo que adoro este lugar, quero que ninguém conheça porque nos iremos a destruir todo. Como é que pudermos inspirar a conservação sem destruir por amando bastante?


What part of the ecosystem did we fill, before there were too many of us? We really are useless beings, I feel humbled by this.

Some places, like Spencers' butte, Cougar hot springs or Mt. Pisgah were once wild but are now overloved by visitors. The wildness has been gone for a while already.

My inspiration to conserve something comes from the appreciation of it. If the overloved places like Mt. Pisgah are blocked to human use, humans may not gain the appreciation for that specific place that is so essential to the conservation of similar ecosystems. How can we best use this place as a sacrifice?

Friday, November 25, 2011

25 de Novembro


Procure abaixo para Português...

If a child was raised alone in a room without contact with the outside world, any form of society, religion, politics, or rather, raised and taught cultural norms, how would they turn out?

If a child was raised without religion, what would they believe in?  Would they still create a system of beliefs?  After what kind of events in their life?

How is everything I am and that I believe constructed for me, without me knowing?  Everything I do, choose, that I want, all of my ideas about how I should behave, about race and gender, rules of etiquette, are constructed by my culture.

There are tribes in the Amazon where words for woman and man don't exist.  The idea of gender doesn't exist and division of labor is determined by ability and preference of the individual.

How does language construct the process of the construction of an identity?

Communism ended with the construction of the fence.  The idea of personal property is taught to us in childhood… now this concept is impossible to release.

How much does our appearance influence our personality?  Could it be that an extremely beautiful person and an extremely ugly person are comparable?  Could it be that beautiful and ugly create a similarity of personality, because they feel the baggage, the prison of appearance and therefore want to search out another level inside themselves and others?

Can people be born bad?  With a negative energy that is only their responsibility, even though their parents are loving and thoughtful?  Or is bad behavior also taught?

What has to happen for a child to mature, to behave like an adult that is conscious and polite?  For them not to always act like children?  Clearly it has nothing to do with money or education, because most politicians are like children, playing with really big scary toys.




Se uma criança estivesse criado sozinho num quarto sem contacto com nenhuma forma de sociedade, religião e políticos, ou seja, criado e ensinado nas normas de cultura, como seria? 

     Se uma criança estivesse criada sem religião, o que acreditaria?  Criaria ainda uma sistema de crenças?  Segundo quais eventos na vida?

    Como sou influenciado sem eu souber?  Todo que faço, que escolho, que quero, todas minhas ideias como eu devo comportar, sobre raça e género e regras de etiquete são construídos pela minha cultura. 

    Tem tribos na Amazonas onde as palavras para mulher e homem não existem.  A ideia de género não existe e a divisão de trabalho é determinado pelo habilidade e preferência do indivíduo.

    Como o idioma construe o proceso de desenvolvimento de identidade?

    Segundo a opinião de um amigo, comunismo acabou com a invenção da cerca.  A ideia de propriedade próprio é nos ensinado desde que infância… agora este conceito é impossível largar.

     Quanto influencia nossa aparência à personalidade?  Pode ser que um indivíduo com cara muita lindas e um indivíduo com cara muita feia são comparables?  Pode ser que linda e feia cria uma semelhança na personalidade, porque eles se sentem a bagagem, a prisão do corpo e aí queira procurar mais um nível dentro se mesmo e dentro outros?

     Pessoas podem ser nascidos já maus?  Com uma energia negativa que só é a responsabilidade deles, mesmo que os pais dão todo de carinho, ajuda e apoio?  Ou má comportamento é também uma coisa ensinado?

     O que tenha que acontecer para uma criança madurar, para comportar como um adulto que é consciente e bem educado? Para não sempre comportar como uma criança?  Dinheiro ou educação não ajudava a maioria dos políticos que brincam com nossas vidas.

Saturday, November 19, 2011

19 de Novembro

Estou tentando demais a falar tudo certo, aparecer e comportar como se fosse uma brasileira.  Não sou e nunca serei. 

     Que pena que já tenho que pensar em sair!  Que pena que tenho que deixar toda a gente muito legal que conhecia e que deixarei todos estes novos amizades.  Tomara que puder voltar, mesmo que ainda se voltasse nunca seria o mesmo.  Tou ficando sentimental agora.

     Tenho ficado com preguiça escrever no blog como também cada vez que tento fico chateada do que escrevo.  Tive a oportunidade durante estas semanas passadas a conhecer a Ilha Santa Cruz e a praia de Itacimirim, e ai quero descrever estes lugares para que não esqueça.

     Cheguei de noite em Itaparica pelo ferry boat.  A maré esteve alta, foi durante uma longa e forte época de chuva.  A casa do tio da Mariana fica mais ou menos 20 minutos de Itaparica.  O tio dela é americano, e ai casa é uma casa americano; enorme.  Tem 8 quartos, cada um com próprio banheiro.  A casa fica quase na praia e as janelas dela dão para assistir a maré.  Agora a casa está vazio, no Janeiro virão o tio e vários outros parentes de Mariana para ficar durante o verão. Nos três tivemos a casa enorme e vazio para curtir, e ai utilizei a cozinha para cozinhar um peixe muito gostoso.  Apesar de que chovia e que tinha água viva, o segundo dia deu para ficar na praia e para tomar banho do mar e do rio.  Gostei de voltar para Salvador de ferry boat de dia porque podia ver a cidade de longe, da bahia de Todos os Santos.

     Itacimirim é um lugar encantado.  A praia é a mais linda do que tinha visto… esta praia é limpa, os animais ainda moram nos recifes e tem muita concha linda na beira da praia.  Fiquei lá na casinha da minha família brasileira, com Thais e Raquel.  A casinha só tinha duas colchões e ai decidi dormir no rede.  Dormi bem no meu rede para as três noites que fiquemos lá, sonhando com o som das ondas, o vento e os mosquitos.  De dia fiquemos na praia o dia inteiro; da hora de acordar até o por do sol.  Conhecemos com um grupo de surfistas que com certeza falam um outro Português.  Nunca conseguia entender nenhuma palavra que dizia pois estava tranquila.  Precisava sair da cidade; nunca esquecerei a praia de noite de lua. 

     Às vezes tenho momentos nos quais fico bastante chateada por causa da minha falta de palavras.  Como a gringa num ambiente estrangeiro e novo sempre tenho vários pensamentos e sentimentos que às vezes são bastante profundos para comunicar. Quando esta frustração cresce demais, fico calada… Como é difícil acordar calado!

Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumano
Que é uma maneira de ser escutado
Esse silêncio todo me atordoa
Atordoado eu permaneço atento

(Mesmo que acho que Chico Buarque escreveu da ditadura militar, identifico com este sentido)

Um noite escrevi:   Nunca se pode perder a habilidade a conversar; falar um para outro precisa da concentração e do carinho.  Conversar é compartilhar ideias para desenvolver-as ainda mais, fazer perguntas e cuidar das respostas, ficar desesperada para comunicar por uma longa distância… como se estivesse gritando para alguém do outro lado de um abismo.  Grito o que é necessário para dar um conceito vaga, longe e distante sem as detalhes que nos trairia perto.  Minha boca sempre fica seca e minha garganta fica exausta.  Tenho que lembrar: se quiser comunicar é possível, é simples. Sempre tentando a comunicar é melhor que não falar nada. Às vezes fico julgando sem saber sem reconhecer; lembre não faça isso. 
     Para aprender Português, teria que esquecer Inglês.  Teria que pensar sem palavras; iria para as raízes dos pensamentos, antes de que crescem em frases e palavras.  Teria que desenvolver uma personalidade dupla porque descobri que falando uma língua e muito mais de que simplesmente saber as palavras.  Se tem que saber regras culturais, se tem que saber da música, literatura, políticas e tudo.  É como se estivesse morando numa outra realidade; as regras das outras realidades não funcionam aqui, e ai tenho que aprender como trabalhar com os recursos deste mundo se quiser comunicar.  Podia inventar vários metáforas, todas ruim, pois esta é o melhor.  Estou indo embora antes que desenvolvo e uma personalidade dupla.  Não posso parar de pensar na minha outra realidade na qual mora minha família, na qual primeiramente aprendi falar e comunicar e na qual eu tenho que trabalhar e na qual os dias são frios e escuros.  

Some music by Jorge Ben:

São Jorge da Capadócia (Caetano Veloso/ Jorge Ben)


Menina Mulher da Pele Preta





I always feel like a fake, or maybe like I'm trying too hard to speak perfectly, to appear and behave as if I was Brasilian.  I'm not and I never will be. 

    It's too bad I already have to start thinking about leaving.  Too bad I have to leave everyone I have met and leave the friends I have newly made.  Hopefully I can return, even though if I returned it would never be the same place that I have found now.  I'm starting to get sentimental.

    I have gotten lazy about writing in my blog because when I do try I get irritated with my writing.  I had the opportunity during these past weeks to get to know the Island Santa Cruz, within the bahia de Todos os Santos (all saints bay) and 40 minutes by ferry boat from Salvador, as well as Itacimirim a beach town where my host family shares a vacation house.  I want to describe these places at least so I won't forget them.

    I arrived in Itaparica, the small town on the Island (Ilha) Santa Cruz, during the night time.  The ocean was rough and high, during a period of stormy days.  I stayed the house of my friend Marianas' uncle, which was about 20 minutes outside of Itaparica.  Her uncle is American, and so his house was american; huge.  It has 8 rooms, each with its' own bathroom.  The house is right in front of the beach and you can watch the ocean from the front windows.  Right now the house is empty, in January her uncle and various relatives will arrive to spend the summer.  We had the enormous empty house to ourselves, and I used the elaborate kitchen to cook a fish.  Although it rained and the ocean was full of jellyfish (água viva), the second day allowed for laying on the beach and I ended up swimming in the ocean and in the nearby river anyways.  Returned to Salvador during the daytime, and it was good to see the city from afar.

     Itacimirim is an enchanted place.  The beach is the most beautiful I have ever seen… this beach is clean, animals still live in the reefs and there are many beautiful shells on the shore.  I stayed in the vacation house of my host family with my friends Thais and Raquel.  The little house only had two cushions, so I decided to sleep in the hammock.  I slept successfully in the hammock for three nights, with the sound of the waves, the wind, rain and mosquitoes.  During the day we stayed on the beach from the hour we woke up until sunset when we got hungry.  Met a group of surfers that spoke a totally different Portuguese than I learned in my classrooms.  I was never able to understand a single word they said.  Good to leave the city behind, I will never forget the ocean at night during the full moon.

     I get irritated with my lack of words.  As a gringo in a new foreign place I always have various thoughts and feelings that are too complicated to communicate.  When this frustration grows too big I loose the ability to speak at all.  This is very humbling, to have the inability to understand or control anything that happens to me. 

One night I wrote:  Never loose the ability to have a conversation: to speak to one another requires concentration and care.  To converse is to share ideas to develop them, to ask questions and care about the answers.  I feel as if I am screaming from the other side of an abyss, but the person on the other side can barely hear me.  I have to choose to shout only what is necessary to give a vague concept of my thoughts, distant without the details that would bring us closer.  My mouth gets dry and my throat exhausted.  I have to remember; if I want to communicate it is possible, it is simple.  It is always better to try to communicate than to say nothing.  Sometimes I start judging without recognizing what I am doing; I have to remember not to do this.
     To learn Portuguese I would have to forget English.  I would have to think without words; I would have to go to the roots of thoughts, before they grow into sentences and words.  I would have to develop a double personality because I have discovered that speaking a language is much more than simply knowing words.  One has to know cultural rules, music, literature, politics, everything.  It is as if I was living in another reality; the rules of other realities don't apply completely here, and so I have to learn how to work with the resources of this world to communicate.  I could invent various metaphors, all terrible, this is the best I have.  I am going away before I develop my second personality.  I can't stop thinking about my old reality in which my family lives, in which I first learned to speak.




Salvador from the Ferry Boat:





Itaparica from the Ferry Boat


Salvador




Raquel and Bob in Itacimirim





 At the ensaio (rehearsal) de Ilhe Aiye, a famous "bloco africo" in carnaval

Thursday, October 20, 2011

20 de Outubro

Me canso de falar do multiculturalismo.  Durante meu tempo aqui, como gringa, é claro que tiveesse ficado pensando em as "diferenças culturais" e sobre o multiculturalismo que existe no Brasil.  É um asunto discutido tanto que às vezes fico chateada, mas ainda é um asunto importante. 
     O turismo tem vários lados.  Estou querendo saber:  O que faz a diferença entre uma turista e um viajante?  Se morasse no Brasil pelo resto da minha vida ainda seria gringa.  Muitas vezes sinto falso, como uma turista em disfarce; querendo assistir todo que é o cotidiano prós nativos como espectáculo, querendo tirar foto das coisas insignificantes do cenário ou do povo desconhecido.  Vários pessoas me perguntou "por que quereria vir aqui?" Achando; que estranho, uma pessoa quem quere morar tão longe da família, dos amigos, da familiaridade.  Fico pensando em por que fiz… para que puder falar que sobrevivia? Para mostrar fotos tirados como trofeus ganhados?  O dinheiro da o privilegio a entrar num país estrangeiro, uma coisa que a maioria do país nem pensaria em fazer.
     Estou com muito sorte tivesse conhecido com amigos aqui, Brasileiros e Americanos.  É eles que vou lembrar mais, que faz a diferença entre tirando fotos e morando o cotidiano.  Que bom que quando estou com eles possa esquecer as diferenças culturais e morar só no presente, sem comparar as detalhes do momento com o passado e sem ter expectações pro futuro.

    I'm getting really tired of talking about multiculturalism.  During my time here, as a gringo, of course I have gotten to thinking about "cultural differences" and about the multicultural society that is Brasil.  It is a topic that is discussed so much sometimes I get annoyed, but it is talked about so much for a good reason.
     Tourism has a lot of different sides.  What is the difference between a tourist and a traveler?  If I lived in Brasil for the rest of my life I would still be a gringo.  A lot of the time I feel fake, like a tourist in disguise; wanting to watch everything that is the everyday like it's a show, wanting to take photos of insignificant things in the scenery or of people doing normal everyday things.  People have asked me "why would you want to come here?"  Thinking, how weird that a person that someone would want to live so far away from their family, friends and everything familiar.  Got to thinking about why I did it… so I could say that I survived?  So I could show photos I took like trophies I won?  Money gives the privilege to drop into a foreign country like an alien from another planet, just for the lessons to be learned from doing so, which is something that would never occur to the citizens of that place because they are totally consumed with survival. 
     I am really lucky to have met friends here, Brasilians and Americans.  I will remember them the most, they are what make the difference between taking pictures and living the everyday.  Finally when I am with them I can forget cultural differences and live only in the present, without comparing the details of the moment with my country in the past or having expectations for this country in the future.

Sunday, October 16, 2011

Antropofágia

The Post Office is working again!





The Graffiti of Eder Muniz




Antropofágia

A antropofágia brasileira é "comer" as obras artísticas que vem da fora, para transformar em obras únicas brasileiras.  É assumir a "técnica contemporânea" que vem da europa para expressar experiências distíntas brasileiras.  O asunto comúm nestas experiências distíntas primeiramente foi a exploitação; das indígenas e de todos os tribos da Africa pela escravidão.  As indígenas nem os negros tinham língua escrita tanto desenvolvida como os portuguêses; se-expressaram pelas tradições orais.  Os autores brasileiros se tratam na língua portuguesa, na tradição europeia, sobre a gente brasileira que está definindo e descobrindo uma identidade distínta depois de centos de anos de opressão.

 Gregório de Mattos Guerra foi o primeiro autor a "canabalizar" as técnicas literarias europeias, como a tradição do soneto católico.  Mesmo que ele usava estas técnicas, ele as usou para criticar à sistema e infrustructura do governo, igreja, estrutura social e a sexualidade pelas poemas satíricas.
Logo Owalde de Andrade apresentou O Antropofagite Manifesto na semana de arte moderna no século 21. 

Laura de Mello discute o descobrimento do Brasil, e as reações dos europeus depois do descobrimento que seja posîvel que exista um outro lado do "paraíso na terra." Na época, a econômia nos países Europeus estava tornando muito difícil, e a parte da meta dos cronistas e viajantes era encontrar terra onde poderia começar de novo.  O paraíso terrestral já existia antes que foi descoberto; existia no imaginário europeu e era prometido pela igreja Católica. 
    "Componentes do universo mental, nunca estiveram isolados uns dos outros, mantendo entre si uma realção constante e contraditória: na esfera divina, não existe Deus sem o Diabo; no mundo da natureza, não existe Paraíso Terrestre sem Inferno; entre os homems alternam-se virtude e pecado" (Mello 29).  

Como europeia chegando no Brasil, na selva, tenho tido uma experiência/reacção parecido aos Portuguêses. 

    Que incrível para viajar aquí.  Só para entrar no avião, no aeroporto, é uma experiência exclusive as pessoas com tempo, dinheiro, e cabeça disponível para viajar.  O trabalho mais esquisito que observei no Rio foi o trabalho das "guias turísticas."  Especificamente, as guias quem advertem nos albergues a levar estrangeiros para bares e clubes para um preço fixo.  O trabalho deles pode incluir a ajuda dos estudantes muito bêbedos a sair para o próximo bar, a introduzir executivos e empresários às mulheres brasileiras e às vezes a traduzir para que os clientes estrangeiros possam paquerar com brasileiros.  As guias escolhem os bares e clubes, se é bom guia seja possível entrar num clube como VIP, se é mal guia ele te leve pra um parque escuro para beber.  Este tipo de trabalho vem com o sacrifício da vida pessoal da guia; ele sempre tiver sair com estrangeiro e não com os amigos próprios.  Quando as clientes ficarem bêbedas acho que o trabalho seria muito irritante e cansativo.  Mais, se pode ganhar bem dinheiro de pessoas ignorantes e desconhecidas com a cidade.
     A baile funk também funciona como assim; mesmo que seja um espectáculo pra o povo, também seja atracão pro gringo ou brasileiro que more fora da favela.  Os vendedores no bar, os moto-taxistas, os ladrões e todo asociado com o funk ganham quando vem os quem moram fora da favela pra um baile funk.  Pode ser que os funks autênticos, do povo, fiquem fora do centro da cidade na periferia.  As mais pertinho tem uma certa infama, e acho que aí os funks existam para aproveitar a reputação que tivessem ganhado.  Como gringa na favela sou tolerada porque dou para as pessoas lá sobreviver.  É uma novidade, pra turista como eu, dizer depois que "sim, foi pra um funk na favela, foi perigoso, etc…" mas no fim sou ainda mais uma turista.  Para entender o som de um funk tem que morar lá.  O som de um funk é viciante, é o som de sexo, da euforia das drogas e de morte.  Lá passam várias crianças levando tua espingarda.  Eles são os traficantes e os reis.  Nenhum tinha mais que 20 anos de idade. Eles morrem bem jovem, nas guerras ou do uso das drogas que vendem.  As mulheres dos mototaxistas assistam seus homens do bar, enquanto eles passam subindo e descendo a ladeira da favela.  Elas gritam cada vez que passa seu homem.
     Que horrível pensar nas estudantes com que conheci no Lobato, no futuro deles tornando assim.  De dia à noite. Agora todos tem tanto potencial, mais que se sabem, mas esse som viciante trocará esta inteligência natural em só vontade de antropofágia; canibalizar e deglutir um ao outro para sobreviver, sem a motivação a desenvolver mais. Por que gastar tempo e energia pra aprender coisas que nunca tiver a oportunidade a usar?  Eles vai tornar em corpos para ser vendidos, eles vai tornar em mãos bastante cansadas, vai tornar em bocas morrendo de fome.  Me destrôe pensar nisso.  Depois de ouvir o som do funk entendi mais como sen a violência, a abusa e a morte.

De dia o praia da Ipanema se estica, feito de ouro.

    Adorei as pessoas com quem conheci durante esta semana.  Senti em casa com eles imediatamente, nunca ficávamos mal enquanto estávamos juntos. Que bom cozinhar, comer e beber juntos. Não falava o Português tanto como no Salvador, mas gostava de sentir a seguridade e afamiliaridade da minha própria língua.
Antropofagia: Tarsila do Amaral 1922
 Antropofagy is to eat that which comes from outside in order to transform it into a work unique to the individual.  It is to assume the contemporary technique of European influence to express experiences distinctly Brasilian.  That is, the experience of oppression and massacre suffered by the indigenous peoples of America, and the experience of forced assimilation and abuse suffered by the peoples of the various tribes of Africa during slavery.  Neither the Indians or Africans had the same level of written language as Europeans perceived themselves to have; instead these peoples depended more upon oral tradition to express and remember.  Brasilian authors use in the Portuguese language and technique in the European contemporary tradition to express a distinct soul that has been defined and discovered after centuries of oppression.

Gregório de Mattos Guerra was the first author to "cannibalize" the European form and language.  Although he used the traditional structure of the catholic sonnets, he criticized the system and structure of the Portuguese government, church, social structure and sexuality in his satirical poems.
Later, in 1928, Oswalde de Andrade presented the Anthropofagite Manifesto in the Semana de Arte Moderna, which named and defined the term Antropofágia.  There is a very famous painting by Tarsila do Amaral called Antropofagia which illustrated Oswaldes' Manifesto.

Laura de Mello, a Brasilian scholar, discusses the various reactions of the Portuguese explorers when they encountered the indigenous Americans.  Like a part of nature, the "Indians" were free, wild, exotic… Although Europeans were so fascinated with the indigenous populations, they still considered them to be ignorant animals that needed to be saved from the inferno of hell. Unfortunately this evangelism was usually used to justify the exploitation of the indigenous population.

The Americas were initially considered to be the paradise on earth that the Portuguese had been searching for.  This "terrestrial paradise" already existed in the European imagination even before the discovery of the "New World."  I imagine it was necessary to invent the existence of a better place on earth as living conditions were not looking so good in Europe at the time.  After seeing the cannibalism and the human heads on sticks in the indigenous villages, it appeared that this new paradise had a dark side as well.  Roughly translated from Laura de Mellos' work: "both components of the mental universe, one is never isolated from the other, maintaining between them a relation constant and contradictory; in the divine realm God does not exist without the Devil; in the world of nature, terrestrial paradise does not exist without hell; in men alternates virtue and sin" (Mello 29).

I, as a gringa arriving in the jungle, have had a similar experience and reaction to Brasil as that of the Portuguese.

It is so incredible to travel here.  Simply to board the plane, walk through the airport, is an experience exclusive to people with time, money, and open mind available to travel. 
The strangest thing I observed in Rio was the work done by the "tour guides." Specifically, the guides who advertise in the hostels to take travelers to bars and clubs for a set price (fortunately did not have to stay in a hostel!)  Their work can include helping drunk students bar hop, introducing executives and businessmen to women and prostitutes and sometimes translating so their clients can flirt with Brasilians.  The guides choose the bars and clubs, if it is a good guide it is possible to get into the VIP section of a club and meet a lot of women, if it is a bad guide one may end up going to a shady park shelter to drink cheap beer and wine.  This kind of work comes with the sacrifice of the personal life of the guide; the guide always has to go out with strangers and usually cannot go out for a night with their own friends.  I think it would be really annoying to hang out with drunk strangers, but these guides make really good money off of all sorts of gringos.
     The baile funk also works the same way; although it is a show for the people of the favela, it is also an attraction for the gringo or the Brasilian who lives outside of the favela.  The street bar venders, of beer and liquor, the moto-taxis, and the thieves all win when those from outside come to the favela for a baile funk.  Probably the more authentic funks, those of the people in the favela, are far from the center of the city, in the periphery where no one knows or wants to go.  Those which are close have a certain infamy and I think that there they exist to take advantage of the infamy they have gained.  As a gringa in the favela I am tolerated because I bring resources for the people there to survive.  It is a novelty, to say after that "yea, I went to a funk in the favela,…" but in the end I am even more of a tourist.  To understand the sound of a baile funk one must live there.  The sound of a funk is addictive, it is the sound of sex and the euphoria of drugs and death.  There are many children passing by carrying machine guns.  They are the drug traffickers and the kings.  Not one was older than 20.  They die young in the drug wars or from doing the drugs they sell.  The favela hangs onto a cliff always on the point of falling into the abyss, into the ocean at the depths of the cliff on which is the favela Vidigal. The women of the mototaxistas watch their men from a bar, while their men pass by up and down the mountain they call out to them every time.
    How horrible to think about the students I am teaching in Lobato, in their futures becoming this way.  From day to night.  Right now they have so much potential, more than they know, but this addictive sound will turn their natural intelligence into cannibalisim; if they have to they will kill and eat each other to survive, simple and thoughtless violence. Why spend time and energy to learn things one will never have the opportunity to use?  They will turn into bodies to be sold, overworked hands, mouths dying of hunger.  It destroys me to think about this.  After I heard the sound of a funk I understand a little more what violence, abuse, and death may feel like.

During the day, Ipanema stretches out golden.

     I loved the people I stayed with this past week in Rio.  I felt at home, nothing could be a bad time while we were together, how amazing to cook, eat and drink together.  This is the part of the trip I will never forget.  I didn't speak Português very much, but I liked to feel the security and familiarity of my own language.


Em Salvador: O cemetário e os predios (cemetary and apartments in Salvador)
O cemetário, a favela, e os predios (cemetary, favela, apartments)





A igreja do Dom Pedro II no Petrópolis (King Don Pedro IIs' church in Petrópolis, in the state of Rio de Janeiro)





Dentro da igreja do estado do Rio de Janeiro (inside of the state church of Rio de Janeiro)




Rio de Janeiro: O Jesus, de noite

Meu primeiro Feijoada Completa: Black beans with sausage, meat, onions, garlic, orange peel, with fried rice, oranges, and cilantro
Amigos Jess, Carina, Daniel, em frente do posto 8 (note a bandeira de arco-iris)

Sunday, September 18, 2011

18 de Setembro

Sorry, for the parts that are repeated in some of the letters I sent out... unfortunately the letters might never get there anyways.  The Salvador post office will be on strike for an indefinite amount of time...






      É difícil descrever Salvador, mas vou tentar.  Salvador é como olhando pelos fundos de uma garrafa suja de vidrio azul; o mundo fica distorcido, linda, e brilhante, mas sempre existe uma escuridade que obscura… o sol sempre é brilhante mas é um tipo de sol escuro.  É por isso que estou tão atraído desta cidade, ha algo na beleza mutada que acho irresistível.  O sol é a praia, o mar, a beber cerveja nas mesas plásticas, e o escuro é a criança de 8 anos que está se vendendo a cerveja para que ele pode comprar drogas.  O escuro e ser asaltado com uma garrafa de vidrio quebrado, as 2 da tarde, e o escuro é os bichos de pê.  Estou tão atraído à esta cidade mas é um lugar abusivo para me morar.  Sou bastante sensitiva.  Ainda, estou encantada.

     Por que estou aqui?  O que estou fazendo aqui?  Não tenho muito para oferecer às pessoas quem moram aqui.  De onde vem a violência?
     Violência é ensinado, gerado, imitado?  Nunca entendi de onde vem, até agora.  Vem da pobreza, que é as horas de desempregado, a falta de educação.  É as horas vazios de televisão, é as moscas comendo a fruta podre.  Ninguém para ensinar como se auto-educar, como questionar se seja algo fora deste mundo das horas sem marca.  A violência é a energia sem fim, o desejo viver.  Lembro sentindo na sofa com a menina gravida, esperando para algo acontecer.  Todo mundo sentado em frente do TV, olhando inexpressivamente pela janela do ónibus ao homem deitado na rua coberto com bolsa de plástica olhando inexpressivamente a agulha no mão que é também tão longe como as crianças na televisão sentado com latas queimadas e isqueiros vazios.  A barriga cheio de pão, bolo e farofa, sonolento com aborrecimento, crianças desesperados para açúcar como formigas. 

     O desejo a lançar esta energia é a motivação pelos grupos culturais como Artes Conscientes, Baguncaço e Siloé.  O que pensam de mim?  Sei que querem saber o que vou fazer, lá, para eles.  O que tenho para lhes oferecer?  Apenas dinheiro, poucos recursos e a minha amizade.  Estou com tanto sorte, para estar aqui.  Privilegio não deve vir com culpa ou aborrecimento. 








It is really hard to describe or summarize what Salvador is like, but I am going to try.  Salvador is like looking through the bottom of a dirty blue glass bottle; the world is distorted and beautiful and shiny, but there is always a darkness that obscures… the sun is always shining brightly but it is a dark kind of sunlight.  I am very attracted to this city for that reason, there is something about mutated beauty that I find irresistible.  The sunlight is the beach, the ocean, drinking light beer at plastic tables and the darkness is the cracked out 8 year old selling it to you.  The darkness is being assaulted with a broken glass bottle at 2 in the afternoon, and it is the bugs that enter through the bottom of your feet if one walks barefoot and tunnel through your skin up your legs toward your heart.  Coming to Salvador for two weeks is a vacation, but living here is making me go crazy.  I am so attracted to this city but it is an abusive place for someone like me to live.  I am too sensitive.  But I can't help but be in love.

     Why am I here?  What am I doing here?  What am I learning? I don't have much to offer to those who live here.  Where does violence come from?
     Violence is taught, bred, imitated?  Hours of unemployment, lack of education, endless, empty time.  Empty endless hours of TV and flies and fruit.  To teach how to self-educate, to question if there is something outside of this world of unmarked hours.  Endless energy, desire to live, I remember sitting on the sofa with the pregnant girl, waiting for something to happen.  The whole world is sitting in front of the TV, staring blankly through the window of the bus a the man on the street covered with a plastic bag who is staring blankly at the needle in his uplifted hand that is also as far away as the children on the TV lined up against a plywood wall with burned up coke cans and empty lighters.  Belly full of bread and cake and farofa, drowsy with boredom, children desperate for sugar like ants.

     The desire to release this energy motivates "grupos culturais" like Artes Conscientes, Baguncaço, Siloé.  What do they think of me when I go there to volunteer?  I know that they want to know what I am going to do for them.  What do I have to offer?  Money.  Resources, friendship.  I am so lucky, to be here.  Privilege shouldn't come with guilt or boredom.

     I have discovered that poverty is also stagnancy.  I always assumed that those struggling from day to day to survive would be running around frantically like ants, and many do.  But there is a emptinesss of mind, a vacancy of expression, lack of empathy or compassion, where violence begins.

       In the stillness of my time here I have been able to observe the restlessness of an unoccupied mind.  Fortunately I have already learned how to self-educate, observe, feed my mind.  Maybe that is all I have to offer here.


Beija-mim

    

    

Thursday, September 8, 2011

8 de Setembro; all in English!

 It is hard to write eloquently when trying to make comparisons between the US and Brasil.  In reality I know little about Brasil because I haven't lived here long enough for it to form its own identity/space in my brain.  The only way I can understand what I don't know is by trying to compare it to what I do know, the US.  Unfortunately, I am starting to get tired of always comparing.  My life here and the way I am here needs to become separated in my head so I can truly appreciate just being in one place.  Its' kind of like trying to compare ex-boyfriends; you loved each one for a different reason and it is unfair to say which you loved more or which was better.  Eventually I hope to live here without comparing and evaluating everything I do with the US in mind.  Being non judgmental enables more profound experiences to happen because one remains open.

     The kids to whom me, my friend Carolina, and Matt teach English are incredible!  Every single student shows up to every class, and they all want to learn so badly.  Any one of them is more motivated than many U of O students.  Their neighborhood seems like it is pretty bad.  At this point I think what is most important is that I show up consistently for them, to demonstrate that someone from "outside" notices, cares, and wants to help.  This makes me want to work really hard to deliver a good class, kind of like ELP.  Still, I know I am learning much more from them than I will ever be able to teach.