Thursday, October 20, 2011

20 de Outubro

Me canso de falar do multiculturalismo.  Durante meu tempo aqui, como gringa, é claro que tiveesse ficado pensando em as "diferenças culturais" e sobre o multiculturalismo que existe no Brasil.  É um asunto discutido tanto que às vezes fico chateada, mas ainda é um asunto importante. 
     O turismo tem vários lados.  Estou querendo saber:  O que faz a diferença entre uma turista e um viajante?  Se morasse no Brasil pelo resto da minha vida ainda seria gringa.  Muitas vezes sinto falso, como uma turista em disfarce; querendo assistir todo que é o cotidiano prós nativos como espectáculo, querendo tirar foto das coisas insignificantes do cenário ou do povo desconhecido.  Vários pessoas me perguntou "por que quereria vir aqui?" Achando; que estranho, uma pessoa quem quere morar tão longe da família, dos amigos, da familiaridade.  Fico pensando em por que fiz… para que puder falar que sobrevivia? Para mostrar fotos tirados como trofeus ganhados?  O dinheiro da o privilegio a entrar num país estrangeiro, uma coisa que a maioria do país nem pensaria em fazer.
     Estou com muito sorte tivesse conhecido com amigos aqui, Brasileiros e Americanos.  É eles que vou lembrar mais, que faz a diferença entre tirando fotos e morando o cotidiano.  Que bom que quando estou com eles possa esquecer as diferenças culturais e morar só no presente, sem comparar as detalhes do momento com o passado e sem ter expectações pro futuro.

    I'm getting really tired of talking about multiculturalism.  During my time here, as a gringo, of course I have gotten to thinking about "cultural differences" and about the multicultural society that is Brasil.  It is a topic that is discussed so much sometimes I get annoyed, but it is talked about so much for a good reason.
     Tourism has a lot of different sides.  What is the difference between a tourist and a traveler?  If I lived in Brasil for the rest of my life I would still be a gringo.  A lot of the time I feel fake, like a tourist in disguise; wanting to watch everything that is the everyday like it's a show, wanting to take photos of insignificant things in the scenery or of people doing normal everyday things.  People have asked me "why would you want to come here?"  Thinking, how weird that a person that someone would want to live so far away from their family, friends and everything familiar.  Got to thinking about why I did it… so I could say that I survived?  So I could show photos I took like trophies I won?  Money gives the privilege to drop into a foreign country like an alien from another planet, just for the lessons to be learned from doing so, which is something that would never occur to the citizens of that place because they are totally consumed with survival. 
     I am really lucky to have met friends here, Brasilians and Americans.  I will remember them the most, they are what make the difference between taking pictures and living the everyday.  Finally when I am with them I can forget cultural differences and live only in the present, without comparing the details of the moment with my country in the past or having expectations for this country in the future.

Sunday, October 16, 2011

Antropofágia

The Post Office is working again!





The Graffiti of Eder Muniz




Antropofágia

A antropofágia brasileira é "comer" as obras artísticas que vem da fora, para transformar em obras únicas brasileiras.  É assumir a "técnica contemporânea" que vem da europa para expressar experiências distíntas brasileiras.  O asunto comúm nestas experiências distíntas primeiramente foi a exploitação; das indígenas e de todos os tribos da Africa pela escravidão.  As indígenas nem os negros tinham língua escrita tanto desenvolvida como os portuguêses; se-expressaram pelas tradições orais.  Os autores brasileiros se tratam na língua portuguesa, na tradição europeia, sobre a gente brasileira que está definindo e descobrindo uma identidade distínta depois de centos de anos de opressão.

 Gregório de Mattos Guerra foi o primeiro autor a "canabalizar" as técnicas literarias europeias, como a tradição do soneto católico.  Mesmo que ele usava estas técnicas, ele as usou para criticar à sistema e infrustructura do governo, igreja, estrutura social e a sexualidade pelas poemas satíricas.
Logo Owalde de Andrade apresentou O Antropofagite Manifesto na semana de arte moderna no século 21. 

Laura de Mello discute o descobrimento do Brasil, e as reações dos europeus depois do descobrimento que seja posîvel que exista um outro lado do "paraíso na terra." Na época, a econômia nos países Europeus estava tornando muito difícil, e a parte da meta dos cronistas e viajantes era encontrar terra onde poderia começar de novo.  O paraíso terrestral já existia antes que foi descoberto; existia no imaginário europeu e era prometido pela igreja Católica. 
    "Componentes do universo mental, nunca estiveram isolados uns dos outros, mantendo entre si uma realção constante e contraditória: na esfera divina, não existe Deus sem o Diabo; no mundo da natureza, não existe Paraíso Terrestre sem Inferno; entre os homems alternam-se virtude e pecado" (Mello 29).  

Como europeia chegando no Brasil, na selva, tenho tido uma experiência/reacção parecido aos Portuguêses. 

    Que incrível para viajar aquí.  Só para entrar no avião, no aeroporto, é uma experiência exclusive as pessoas com tempo, dinheiro, e cabeça disponível para viajar.  O trabalho mais esquisito que observei no Rio foi o trabalho das "guias turísticas."  Especificamente, as guias quem advertem nos albergues a levar estrangeiros para bares e clubes para um preço fixo.  O trabalho deles pode incluir a ajuda dos estudantes muito bêbedos a sair para o próximo bar, a introduzir executivos e empresários às mulheres brasileiras e às vezes a traduzir para que os clientes estrangeiros possam paquerar com brasileiros.  As guias escolhem os bares e clubes, se é bom guia seja possível entrar num clube como VIP, se é mal guia ele te leve pra um parque escuro para beber.  Este tipo de trabalho vem com o sacrifício da vida pessoal da guia; ele sempre tiver sair com estrangeiro e não com os amigos próprios.  Quando as clientes ficarem bêbedas acho que o trabalho seria muito irritante e cansativo.  Mais, se pode ganhar bem dinheiro de pessoas ignorantes e desconhecidas com a cidade.
     A baile funk também funciona como assim; mesmo que seja um espectáculo pra o povo, também seja atracão pro gringo ou brasileiro que more fora da favela.  Os vendedores no bar, os moto-taxistas, os ladrões e todo asociado com o funk ganham quando vem os quem moram fora da favela pra um baile funk.  Pode ser que os funks autênticos, do povo, fiquem fora do centro da cidade na periferia.  As mais pertinho tem uma certa infama, e acho que aí os funks existam para aproveitar a reputação que tivessem ganhado.  Como gringa na favela sou tolerada porque dou para as pessoas lá sobreviver.  É uma novidade, pra turista como eu, dizer depois que "sim, foi pra um funk na favela, foi perigoso, etc…" mas no fim sou ainda mais uma turista.  Para entender o som de um funk tem que morar lá.  O som de um funk é viciante, é o som de sexo, da euforia das drogas e de morte.  Lá passam várias crianças levando tua espingarda.  Eles são os traficantes e os reis.  Nenhum tinha mais que 20 anos de idade. Eles morrem bem jovem, nas guerras ou do uso das drogas que vendem.  As mulheres dos mototaxistas assistam seus homens do bar, enquanto eles passam subindo e descendo a ladeira da favela.  Elas gritam cada vez que passa seu homem.
     Que horrível pensar nas estudantes com que conheci no Lobato, no futuro deles tornando assim.  De dia à noite. Agora todos tem tanto potencial, mais que se sabem, mas esse som viciante trocará esta inteligência natural em só vontade de antropofágia; canibalizar e deglutir um ao outro para sobreviver, sem a motivação a desenvolver mais. Por que gastar tempo e energia pra aprender coisas que nunca tiver a oportunidade a usar?  Eles vai tornar em corpos para ser vendidos, eles vai tornar em mãos bastante cansadas, vai tornar em bocas morrendo de fome.  Me destrôe pensar nisso.  Depois de ouvir o som do funk entendi mais como sen a violência, a abusa e a morte.

De dia o praia da Ipanema se estica, feito de ouro.

    Adorei as pessoas com quem conheci durante esta semana.  Senti em casa com eles imediatamente, nunca ficávamos mal enquanto estávamos juntos. Que bom cozinhar, comer e beber juntos. Não falava o Português tanto como no Salvador, mas gostava de sentir a seguridade e afamiliaridade da minha própria língua.
Antropofagia: Tarsila do Amaral 1922
 Antropofagy is to eat that which comes from outside in order to transform it into a work unique to the individual.  It is to assume the contemporary technique of European influence to express experiences distinctly Brasilian.  That is, the experience of oppression and massacre suffered by the indigenous peoples of America, and the experience of forced assimilation and abuse suffered by the peoples of the various tribes of Africa during slavery.  Neither the Indians or Africans had the same level of written language as Europeans perceived themselves to have; instead these peoples depended more upon oral tradition to express and remember.  Brasilian authors use in the Portuguese language and technique in the European contemporary tradition to express a distinct soul that has been defined and discovered after centuries of oppression.

Gregório de Mattos Guerra was the first author to "cannibalize" the European form and language.  Although he used the traditional structure of the catholic sonnets, he criticized the system and structure of the Portuguese government, church, social structure and sexuality in his satirical poems.
Later, in 1928, Oswalde de Andrade presented the Anthropofagite Manifesto in the Semana de Arte Moderna, which named and defined the term Antropofágia.  There is a very famous painting by Tarsila do Amaral called Antropofagia which illustrated Oswaldes' Manifesto.

Laura de Mello, a Brasilian scholar, discusses the various reactions of the Portuguese explorers when they encountered the indigenous Americans.  Like a part of nature, the "Indians" were free, wild, exotic… Although Europeans were so fascinated with the indigenous populations, they still considered them to be ignorant animals that needed to be saved from the inferno of hell. Unfortunately this evangelism was usually used to justify the exploitation of the indigenous population.

The Americas were initially considered to be the paradise on earth that the Portuguese had been searching for.  This "terrestrial paradise" already existed in the European imagination even before the discovery of the "New World."  I imagine it was necessary to invent the existence of a better place on earth as living conditions were not looking so good in Europe at the time.  After seeing the cannibalism and the human heads on sticks in the indigenous villages, it appeared that this new paradise had a dark side as well.  Roughly translated from Laura de Mellos' work: "both components of the mental universe, one is never isolated from the other, maintaining between them a relation constant and contradictory; in the divine realm God does not exist without the Devil; in the world of nature, terrestrial paradise does not exist without hell; in men alternates virtue and sin" (Mello 29).

I, as a gringa arriving in the jungle, have had a similar experience and reaction to Brasil as that of the Portuguese.

It is so incredible to travel here.  Simply to board the plane, walk through the airport, is an experience exclusive to people with time, money, and open mind available to travel. 
The strangest thing I observed in Rio was the work done by the "tour guides." Specifically, the guides who advertise in the hostels to take travelers to bars and clubs for a set price (fortunately did not have to stay in a hostel!)  Their work can include helping drunk students bar hop, introducing executives and businessmen to women and prostitutes and sometimes translating so their clients can flirt with Brasilians.  The guides choose the bars and clubs, if it is a good guide it is possible to get into the VIP section of a club and meet a lot of women, if it is a bad guide one may end up going to a shady park shelter to drink cheap beer and wine.  This kind of work comes with the sacrifice of the personal life of the guide; the guide always has to go out with strangers and usually cannot go out for a night with their own friends.  I think it would be really annoying to hang out with drunk strangers, but these guides make really good money off of all sorts of gringos.
     The baile funk also works the same way; although it is a show for the people of the favela, it is also an attraction for the gringo or the Brasilian who lives outside of the favela.  The street bar venders, of beer and liquor, the moto-taxis, and the thieves all win when those from outside come to the favela for a baile funk.  Probably the more authentic funks, those of the people in the favela, are far from the center of the city, in the periphery where no one knows or wants to go.  Those which are close have a certain infamy and I think that there they exist to take advantage of the infamy they have gained.  As a gringa in the favela I am tolerated because I bring resources for the people there to survive.  It is a novelty, to say after that "yea, I went to a funk in the favela,…" but in the end I am even more of a tourist.  To understand the sound of a baile funk one must live there.  The sound of a funk is addictive, it is the sound of sex and the euphoria of drugs and death.  There are many children passing by carrying machine guns.  They are the drug traffickers and the kings.  Not one was older than 20.  They die young in the drug wars or from doing the drugs they sell.  The favela hangs onto a cliff always on the point of falling into the abyss, into the ocean at the depths of the cliff on which is the favela Vidigal. The women of the mototaxistas watch their men from a bar, while their men pass by up and down the mountain they call out to them every time.
    How horrible to think about the students I am teaching in Lobato, in their futures becoming this way.  From day to night.  Right now they have so much potential, more than they know, but this addictive sound will turn their natural intelligence into cannibalisim; if they have to they will kill and eat each other to survive, simple and thoughtless violence. Why spend time and energy to learn things one will never have the opportunity to use?  They will turn into bodies to be sold, overworked hands, mouths dying of hunger.  It destroys me to think about this.  After I heard the sound of a funk I understand a little more what violence, abuse, and death may feel like.

During the day, Ipanema stretches out golden.

     I loved the people I stayed with this past week in Rio.  I felt at home, nothing could be a bad time while we were together, how amazing to cook, eat and drink together.  This is the part of the trip I will never forget.  I didn't speak Português very much, but I liked to feel the security and familiarity of my own language.


Em Salvador: O cemetário e os predios (cemetary and apartments in Salvador)
O cemetário, a favela, e os predios (cemetary, favela, apartments)





A igreja do Dom Pedro II no Petrópolis (King Don Pedro IIs' church in Petrópolis, in the state of Rio de Janeiro)





Dentro da igreja do estado do Rio de Janeiro (inside of the state church of Rio de Janeiro)




Rio de Janeiro: O Jesus, de noite

Meu primeiro Feijoada Completa: Black beans with sausage, meat, onions, garlic, orange peel, with fried rice, oranges, and cilantro
Amigos Jess, Carina, Daniel, em frente do posto 8 (note a bandeira de arco-iris)